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Levantamento sobre o Perfil Epidemiológico da Saúde dos Docentes da UFPI e UDFPar

A pandemia de Covid-19, sem sombra de dúvidas, impactou diretamente na maneira como nos relacionamos e passamos a observar a vida em sociedade. Não somente no que diz respeito às nossas visões de mundo, mas sobretudo, e de forma integral, em nossa saúde, seja esta psicológica, emocional ou física.

 

Viver sob a ameaça de um novo vírus e uma epidemia global em ascensão, ainda trouxe consigo os desafios de manter ativo setores essenciais para a sociedade, entre eles a educação. O trabalho remoto, então, foi apresentado como solução paliativa para dar segmento à educação brasileira em todos os seus níveis, desde o ensino básico às aulas de pós-graduação. O que resultou, em diversas instâncias, no adoecimento de professoras e professores pelos mais variados motivos.

 

No Piauí, a Universidade Federal do Piauí – UFPI e a Universidade Federal do Delta do Parnaíba –UFDPar, depois de dois anos de atividades paralisadas teve seu retorno de atividades 100% presencial no dia 20 de junho de 2022. Esta etapa, significa uma outra mudança no ritmo de vida ao qual docentes, técnicos administrativos, terceirizados e discentes estavam submetidos. No entanto, cabe-nos questionar: Como está a saúde da categoria docente da UFPI e UFDpar?

 

O psicólogo Ricardo Cruz, em parceria com a ADUFPI , realizou um levantamento em saúde sobre o Perfil Epidemiológico da Saúde dos Docentes da UFPI e UFDPar. A pesquisa tem por objetivo realizar o mapeamento e a identificação do perfil epidemiológico da saúde dos docentes da instituição de ensino. Por meio de questionário aplicado a um universo de pelo menos 193 professores e professoras, foi possível identificar os possíveis indicadores do adoecimento e/ou vulnerabilidade na saúde do magistério, levando em consideração o período pandêmico de Covid-19.

 

Dessa forma, a partir dos resultados, também foi possível relatar a disseminação e a importância do agente causador das doenças e, posteriormente, apresentar um painel de ações de proteção e promoção à saúde destas professoras e professores.

 

Dentre os muitos aspectos apresentados na pesquisa, alguns dados chamam atenção pela particularidade de sua incidência na vida destes professores (as) durante o período de maiores medidas restritivas na pandemia. No que se refere à faixa etária dos respondentes, a maioria possui de 30 à 70 anos, e destes ,50,8% são do sexo feminino, enquanto 49,2% são do masculino. Por tempo de serviço, 37,3% responderam que trabalham na UFPI e UFDPar de 10 à 20 anos, e portanto, não vivenciaram previamente a experiência do ensino remoto por tempo de mais de dois anos.

Em aspectos gerais, no que se refere à saúde psicológica e a autopercepção de suas próprias emoções no transcurso de maior período do distanciamento social, restrições e ensino remoto, antes de mais nada, é preciso ter em mente que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019): Os determinantes da saúde mental e dos transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, como a capacidade de gerenciar os próprios pensamentos, emoções, comportamentos e interações com outras pessoas, mas também fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como políticas nacionais, proteção social, padrões de vida, condições de trabalho e apoio comunitário.

 

Neste sentido, ao serem questionados sobre “quais emoções/sensações/ comportamentos que mais interferiram no seu comportamento habitual durante o período da pandemia covid-19”, em disparada o sentimento de ANSIEDADE figurou com maior predominância entre a categoria docente da UFPI e UFDPar, representando um total de 73,1% dentro do universo pesquisado, seguido de insegurança (70,5%), medo (60,6%) e irritabilidade (52,3%). Isso nos leva a inferir que a incidência de altos níveis de hormônios do estresse no organismo desses professores pode ter sido causado pelos efeitos do ensino remoto e suas dificuldades de administração, visto que, grande parte dos professores não estavam habituados a operar em plataformas e salas virtuais, resultando na irritabilidade e insegurança dos mesmos.

 

 

E no que diz respeito à procura de ajuda psicológica, médica e psiquiatra especializada para estes fins, quando questionados se haviam buscado consulta psicológica por fatores emocionais durante o período da pandemia de covid-19 mesmo que não tenha frequentado, apenas 36,8% responderam que sim , diante de um percentual de 63,2% que responderam não ter buscado consultas psicológicas. Da mesma importância, 75,1% responderam também que não buscaram realizar alguma consulta de cunho psiquiátrico, frente a 24,9% que responderam ter procurado auxílio profissional.

 

 

Dentro do escopo da pesquisa, ainda é possível observar que a pandemia de Covid-19 afetou duramente a saúde integral destes professores, e em contrapartida, poucos responderam ter buscado auxílio psicológico e médico durante a excepcionalidade deste período, o que nos conduz à outro dado importante deste trabalho, e se refere a percepção autodeclarada de estar com depressão por parte dos docentes da UFPI e UFDPar.

 

Ao serem questionados se “durante o período de pandemia de Covid-19 o (a) docente percebeu-se com tristeza profunda ou pensou estar com depressão?” 48,7% responderam “Sim”, que seus respectivos estados emocionais tendem a relacionar-se com a depressão e a tristeza profunda. Este aspecto também se correlaciona com a qualidade do sono destes (as) professores (as), no qual 38,9% responderam ter uma qualidade de sono “regular”, diante de 24,9% que alegam ter um sono “bom” e 22,8% informam ter um sono “ruim”, e portanto, um repouso inadequado para uma boa reposição de energia gasta no exercício de suas funções como docentes. Apenas 7,8% indicaram ter um sono “muito bom”.

O ensino remoto trouxe à tona uma série de embargos para sua plena execução, principalmente, no que diz respeito às condições de trabalho. Analisar as covariáveis entre a quantidade de horas semanais dedicadas a afazeres domésticos e à experiência prévia com EaD, é algo que deve ser apontado também como fator de estresse e adoecimento da categoria docente, uma vez que, por falta de recursos, grande parte dos custos foi financiado de maneira individual pelos professores, sugerindo assim um impacto na economia dos lares, na educação dos próprios filhos e dos discentes, operacionando uma mudança relevante na dinâmica que o trabalho telepresencial causou aos professores (as) no cotidiano, e como um todo, na saúde destes sujeitos pesquisados.

Outros fatores, como o adoecimento por Covid-19 destes professores e/ou de familiares e pessoas próximas também foram levados em consideração nesta pesquisa. Isto porque é fundamental analisar como a ameaça do vírus SARS-CoV-2 incidiu psicologicamente neste grupo pesquisado, no qual a ausência de uma vacina e a falta de amparo por parte do governo federal ajudou a piorar a saúde mental dos mesmos.  Quando questionados se haviam “percebido estresse durante o período da pandemia de Covid-19”, 33,7% responderam sentir estresse com regularidade, diante de 44,6% que responderam sentir os efeitos do estresse “as vezes”. E mais, quando perguntados se os fatores de estresse estavam “associados exclusivamente ao trabalho e/ou envolve outros campos da vida”, 40,5% responderam que ambos os fatores estavam interligados.

 

Referente às possíveis soluções estratégicas adotadas para mitigar esses efeitos prejudiciais à saúde, a aposta em acolhimento, a quebra de tabus referentes aos tratamentos de cunho psicológicos, o amparo por parte de seus pares e uma comunidade com qual se possa valer em aspectos mínimos de promoção à saúde, são de grande valia para o quadro de exposição a estes fatores. Além de tudo, o retorno presencial às atividades na instituição demonstram também uma torrente de sensações na categoria. Por exemplo, ao se serem questionados sobre “Como se sente com relação ao retorno das aulas 100% presenciais?”

Dos respondentes, 36,3% sentem-se “regular” tendo em vista o retorno de atividades, o que pode indicar tanto um quadro estável de emoções, como também pode indicar um estado de apatia em relação ao momento, que, de acordo com o quadro epidemiológico local, indica que a pandemia no Estado do Piauí está “controlada”. E sobre as questões do acolhimento, quando perguntados “VOCÊ ACREDITA QUE FAZER PARTE DA ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – ADUFPI CONTRIBUIU DE MANEIRA POSITIVA PARA LIDAR COM AS DIFICULDADES LABORAIS NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19? 45,6% responderam que SIM, a ADUFPI fez e faz parte deste processo de promoção do autocuidado e de promoção da saúde integral.

A pandemia de Covid-19, sem sombra de dúvidas, impactou diretamente na maneira como nos relacionamos e passamos a observar a vida em sociedade. Não somente no que diz respeito às nossas visões de mundo, mas sobretudo, e de forma integral, em nossa saúde, seja esta psicológica, emocional ou física.

 

Viver sob a ameaça de um novo vírus e uma epidemia global em ascensão, ainda trouxe consigo os desafios de manter ativo setores essenciais para a sociedade, entre eles a educação. O trabalho remoto, então, foi apresentado como solução paliativa para dar segmento à educação brasileira em todos os seus níveis, desde o ensino básico às aulas de pós-graduação. O que resultou, em diversas instâncias, no adoecimento de professoras e professores pelos mais variados motivos.

 

No Piauí, a Universidade Federal do Piauí – UFPI e a Universidade Federal do Delta do Parnaíba –UFDPar, depois de dois anos de atividades paralisadas teve seu retorno de atividades 100% presencial no dia 20 de junho de 2022. Esta etapa, significa uma outra mudança no ritmo de vida ao qual docentes, técnicos administrativos, terceirizados e discentes estavam submetidos. No entanto, cabe-nos questionar: Como está a saúde da categoria docente da UFPI e UFDpar?

 

O psicólogo Ricardo Cruz, em parceria com a ADUFPI , realizou um levantamento em saúde sobre o Perfil Epidemiológico da Saúde dos Docentes da UFPI e UFDPar. A pesquisa tem por objetivo realizar o mapeamento e a identificação do perfil epidemiológico da saúde dos docentes da instituição de ensino. Por meio de questionário aplicado a um universo de pelo menos 193 professores e professoras, foi possível identificar os possíveis indicadores do adoecimento e/ou vulnerabilidade na saúde do magistério, levando em consideração o período pandêmico de Covid-19.

 

Dessa forma, a partir dos resultados, também foi possível relatar a disseminação e a importância do agente causador das doenças e, posteriormente, apresentar um painel de ações de proteção e promoção à saúde destas professoras e professores.

 

Dentre os muitos aspectos apresentados na pesquisa, alguns dados chamam atenção pela particularidade de sua incidência na vida destes professores (as) durante o período de maiores medidas restritivas na pandemia. No que se refere à faixa etária dos respondentes, a maioria possui de 30 à 70 anos, e destes ,50,8% são do sexo feminino, enquanto 49,2% são do masculino. Por tempo de serviço, 37,3% responderam que trabalham na UFPI e UFDPar de 10 à 20 anos, e portanto, não vivenciaram previamente a experiência do ensino remoto por tempo de mais de dois anos.

Em aspectos gerais, no que se refere à saúde psicológica e a autopercepção de suas próprias emoções no transcurso de maior período do distanciamento social, restrições e ensino remoto, antes de mais nada, é preciso ter em mente que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019): Os determinantes da saúde mental e dos transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, como a capacidade de gerenciar os próprios pensamentos, emoções, comportamentos e interações com outras pessoas, mas também fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como políticas nacionais, proteção social, padrões de vida, condições de trabalho e apoio comunitário.

 

Neste sentido, ao serem questionados sobre “quais emoções/sensações/ comportamentos que mais interferiram no seu comportamento habitual durante o período da pandemia covid-19”, em disparada o sentimento de ANSIEDADE figurou com maior predominância entre a categoria docente da UFPI e UFDPar, representando um total de 73,1% dentro do universo pesquisado, seguido de insegurança (70,5%), medo (60,6%) e irritabilidade (52,3%). Isso nos leva a inferir que a incidência de altos níveis de hormônios do estresse no organismo desses professores pode ter sido causado pelos efeitos do ensino remoto e suas dificuldades de administração, visto que, grande parte dos professores não estavam habituados a operar em plataformas e salas virtuais, resultando na irritabilidade e insegurança dos mesmos.

E no que diz respeito à procura de ajuda psicológica, médica e psiquiatra especializada para estes fins, quando questionados se haviam buscado consulta psicológica por fatores emocionais durante o período da pandemia de covid-19 mesmo que não tenha frequentado, apenas 36,8% responderam que sim , diante de um percentual de 63,2% que responderam não ter buscado consultas psicológicas. Da mesma importância, 75,1% responderam também que não buscaram realizar alguma consulta de cunho psiquiátrico, frente a 24,9% que responderam ter procurado auxílio profissional.

Dentro do escopo da pesquisa, ainda é possível observar que a pandemia de Covid-19 afetou duramente a saúde integral destes professores, e em contrapartida, poucos responderam ter buscado auxílio psicológico e médico durante a excepcionalidade deste período, o que nos conduz à outro dado importante deste trabalho, e se refere a percepção autodeclarada de estar com depressão por parte dos docentes da UFPI e UFDPar.

 

Ao serem questionados se “durante o período de pandemia de Covid-19 o (a) docente percebeu-se com tristeza profunda ou pensou estar com depressão?” 48,7% responderam “Sim”, que seus respectivos estados emocionais tendem a relacionar-se com a depressão e a tristeza profunda. Este aspecto também se correlaciona com a qualidade do sono destes (as) professores (as), no qual 38,9% responderam ter uma qualidade de sono “regular”, diante de 24,9% que alegam ter um sono “bom” e 22,8% informam ter um sono “ruim”, e portanto, um repouso inadequado para uma boa reposição de energia gasta no exercício de suas funções como docentes. Apenas 7,8% indicaram ter um sono “muito bom”.

O ensino remoto trouxe à tona uma série de embargos para sua plena execução, principalmente, no que diz respeito às condições de trabalho. Analisar as covariáveis entre a quantidade de horas semanais dedicadas a afazeres domésticos e à experiência prévia com EaD, é algo que deve ser apontado também como fator de estresse e adoecimento da categoria docente, uma vez que, por falta de recursos, grande parte dos custos foi financiado de maneira individual pelos professores, sugerindo assim um impacto na economia dos lares, na educação dos próprios filhos e dos discentes, operacionando uma mudança relevante na dinâmica que o trabalho telepresencial causou aos professores (as) no cotidiano, e como um todo, na saúde destes sujeitos pesquisados.

Outros fatores, como o adoecimento por Covid-19 destes professores e/ou de familiares e pessoas próximas também foram levados em consideração nesta pesquisa. Isto porque é fundamental analisar como a ameaça do vírus SARS-CoV-2 incidiu psicologicamente neste grupo pesquisado, no qual a ausência de uma vacina e a falta de amparo por parte do governo federal ajudou a piorar a saúde mental dos mesmos.  Quando questionados se haviam “percebido estresse durante o período da pandemia de Covid-19”, 33,7% responderam sentir estresse com regularidade, diante de 44,6% que responderam sentir os efeitos do estresse “as vezes”. E mais, quando perguntados se os fatores de estresse estavam “associados exclusivamente ao trabalho e/ou envolve outros campos da vida”, 40,5% responderam que ambos os fatores estavam interligados.

 

Referente às possíveis soluções estratégicas adotadas para mitigar esses efeitos prejudiciais à saúde, a aposta em acolhimento, a quebra de tabus referentes aos tratamentos de cunho psicológicos, o amparo por parte de seus pares e uma comunidade com qual se possa valer em aspectos mínimos de promoção à saúde, são de grande valia para o quadro de exposição a estes fatores. Além de tudo, o retorno presencial às atividades na instituição demonstram também uma torrente de sensações na categoria. Por exemplo, ao se serem questionados sobre “Como se sente com relação ao retorno das aulas 100% presenciais?”

Dos respondentes, 36,3% sentem-se “regular” tendo em vista o retorno de atividades, o que pode indicar tanto um quadro estável de emoções, como também pode indicar um estado de apatia em relação ao momento, que, de acordo com o quadro epidemiológico local, indica que a pandemia no Estado do Piauí está “controlada”. E sobre as questões do acolhimento, quando perguntados “VOCÊ ACREDITA QUE FAZER PARTE DA ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – ADUFPI CONTRIBUIU DE MANEIRA POSITIVA PARA LIDAR COM AS DIFICULDADES LABORAIS NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19? 45,6% responderam que SIM, a ADUFPI fez e faz parte deste processo de promoção do autocuidado e de promoção da saúde integral.

 

O estudo detalhado aponta questões pontuais no que se refere ao Perfil Epidemiológico da Saúde dos Docentes da UFPI e UFDPar. A pesquisa detalhada pode ser acessada por meio do endereço: https://forms.gle/9tQM9Vyy3YUgWfjJ7 em que o detalhamento destas questões pode ser apreciado.

 

A ADUFPI, reitera que este é mais um esforço que consiste em políticas, planos e programas de saúde com ações voltadas em evitar que a categoria docente se exponham a fatores condicionantes e determinantes de doenças, a exemplo dos programas de educação em saúde que se propõem a ensinar a população a cuidar de sua saúde. Esperamos que esta pesquisa de caráter inédito seja balizadora para tratar diretamente de todos estes fatores prejudiciais à saúde integral dos (as) docentes da Universidade Federal do Piauí, e desta forma, encadear ações que visem o cuidado, o acolhimento e o tratamento destes mesmos professores.