Na última sexta feira do mês de maio de 2022, a população brasileira foi tomada de assalto e indignação, com mais um golpe do Governo de Jair Bolsonaro sob a educação pública federal. O anúncio de corte da ordem de mais de R$ 1 bilhão das Universidades e Institutos Federais representa perda de 14,5% de seus recursos, e indica mais uma etapa da sistemática tentativa de asfixia orçamentária da educação pública federal, em operação desde 2016. A justificativa dada pelo Governo para mais essa maldade, com consequências incomensuráveis para as gerações futuras e para o próprio desenvolvimento da ciência, foi descabida! O reajuste salarial do funcionalismo público federal, com o pífio índice de 5%, patamar muito abaixo das perdas que tivemos, somente no período do governo em curso, que foi da ordem de 19,99%, não pode ser justificativa para mais esse golpe no orçamento da educação federal. Trata-se de mais uma cortina de fumaça para atacar as Universidades e Institutos Federais, e jogar os servidores públicos federais uns contra os outros.
Diante disso, a ANDIFES e o ANDES – Sindicato Nacional, acompanhado de diversas entidades científicas e estudantis, têm convocado mobilizações para exigir a recomposição dos orçamentos das Universidades, dos Institutos Federais e da Ciência brasileira. Reitores de diversas Universidades do país manifestaram com preocupação o impacto do corte orçamentário não apenas nas verbas de custeio e de investimento, como também na assistência estudantil, inviabilizando serviços de manutenção e pagamento de despesas
discricionárias, inclusive de pessoal terceirizado.
Em Parnaíba, que contamos com a recém-criada Universidade Federal do Delta do Parnaíba, como esse mais novo corte orçamentário impactará o seu funcionamento? Quais despesas ficarão comprometidas? Quais medidas serão tomadas? É preciso lembrar que esse corte chega exatamente quando nos preparamos para retornar 100% das atividades presenciais na universidade, a partir de 20 junho de 2022, com a necessidade de aumento dos contratos e despesas para garantir o funcionamento das atividades e a permanência dos estudantes. Além disso, com o empobrecimento das famílias brasileiras, como ficará a assistência estudantil,
do ponto de vista das bolsas, restaurante e residência universitária?
Diferentemente dos Reitores de outras Universidades Federais que têm tratado o tema com sensibilidade, seriedade, preocupação, transparência e cuidado com a coisa pública, o que tem feito o Reitor da UFDPar? O Prof. Alexandre Marinho deve explicações urgentes à comunidade acadêmica da UFDPar acerca do impacto, a curto e médio prazo, em relação ao corte de 14,5% aplicado pelo Governo Federal. Não podemos iniciar o período 2022.1 sem essas explicações, até mesmo para que as famílias dos estudantes da nossa universidade possam se organizar nos seus já apertados orçamentos para viabilizar a formação superior dos seus filhos.
A comunidade acadêmica tem ficado cada vez mais atônica sobre a situação em que se encontra a nossa universidade. E o fato de termos um Reitor pouco presente e ocupado com os problemas reais e os desafios que temos pela frente, aumenta ainda mais a insegurança sobre qual rumo caminha a UFDPar.
Queremos a Universidade Federal do Delta do Parnaíba democrática, transparente, pública, com ensino de qualidade e socialmente referenciada! Não aceitamos nenhum passo a menos!
ADUFPI – Regional Parnaíba