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CARTA ABERTA DE RECOMENDAÇÃO DE VOTO A LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA PARA PRESIDENTE DO BRASIL

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI), reunida em Assembleia Geral da categoria docente e com a presença de representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Piauí (SINTUFPI), Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), no dia 11 de outubro de 2022, deliberou por unanimidade a recomendação de voto ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, LULA 13. Após uma criteriosa análise de conjuntura, em que se evidenciou a gravidade da situação da educação e a crise que assola a sociedade brasileira, adotamos essa posição como forma de manifestar o nosso posicionamento em defesa da democracia, da educação pública de qualidade, das universidades federais, da ciência e do servidor público.

Conclamamos à comunidade universitária a se fazer presente nas urnas nesse segundo turno da eleição para presidente da República. Advertimos que o voto é a ação mais eficaz contra os ataques que a educação e o serviço público vem sofrendo por parte do atual governo federal.

Somos cônscios de que o sindicato é apartidário – e deve ser mesmo. Contudo, o atual contexto social, político e econômico do Brasil exige de nós um posicionamento a altura dos desafios que enfrentamos. O que está em risco é a manutenção das universidades, devido aos cortes e contingenciamentos sucessivos do orçamento, ao decréscimo agressivo na oferta de bolsas, às restrições no fomento à pesquisa e ao desmantelamento das políticas educacionais.

Temos consciência de que uma eventual vitória do atual (des)governo representará o completo desmonte da educação, da pesquisa, da ciência e tecnologia brasileira. Somando-se a isso, seremos bombardeados por uma reforma administrativa que ele vem anunciando como compromisso para o segundo mandato. Caso ele vença a eleição, será retomada imediatamente a tramitação da PEC 32/2020, que trata da reforma do serviço público e prever a eliminação do nosso plano de cargo e carreira, o fim da nossa estabilidade e a contratação sem concurso público, tornando possível o acesso ao emprego no serviço público por meio de cabide eleitoreiro.

Neste momento, para a nossa categoria docente, tomar uma posição contrária ao fascismo significa lutar pelo Estado Democrático de Direito e em favor das universidades públicas federais, do sindicato e dos direitos conquistados ao longo de décadas. Sobre esses 4 anos de (des)governo, nunca é demais lembrarmos que:

  1. Desde o início do (des)governo que aí está, nossa categoria sofreu com o constante patrulhamento de nossas falas em sala de aula – através do fomento fascista de que não poderíamos mencionar certos conteúdos em nossas aulas. O cerceamento de fala, de conteúdos e de determinados autores é coisa própria de governos ditatoriais, que desprezam a democracia;
  2. Em pleno contexto de pandemia da Covid-19, enquanto trabalhávamos intensamente nas universidades, desenvolvendo sobretudo pesquisas para o combate à Covid-19 e elaborando protocolos de contenção da doença, sofremos ataques e ameaças de corte salarial; injustamente, alguns docentes tiverem gratificações de insalubridade cortadas. Fomos chamados de “zebras gordas” pelo ministro da educação e acusados pelo então presidente da república de não termos capacidade teórica-intelectual para assumirmos a função de docentes;
  3. O ministro da economia lançou uma série de normativas que tiveram como meta maior o enfraquecimento político e financeiro. Nossas condições de trabalho foram precarizadas e nossos salários estão defasados, em razão da ausência de recomposição ou aumento salarial, da inflação crescente e da perda do nosso poder de compra em escala progressiva.

Os pontos mencionados evidenciam o teor dos ataques que sofremos. Assim sendo, nossa recomendação de voto à Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser interpretado como um movimento de partidarização do sindicato. Ao contrário disso, representa uma ação efetiva de defesa dos direitos da nossa categoria, das universidades públicas, das pesquisas acadêmicas e do conhecimento científico frente ao “obscurantismo nazifascista” promovido pelo atual presidente e seus apoiadores.

Em suma, conclamar nossa categoria e seus familiares a comparecerem às urnas no próximo dia 30 de outubro e votar em  LULA 13 representa, antes de mais nada, chamar a todas, todos e todes para a luta pelas liberdades democráticas,  pela manutenção das ações de ensino, pesquisa e extensão nas universidades públicas, pela garantia de nossos direitos.

A Adufpi convoca: votar em Lula para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas!