No período da Ditadura Militar no Brasil, imprensa, música, arte e cinema eram censurados sob a vigilância do Estado como forma de reprimir e impor totalitarismo à sociedade. Hoje, 50 anos após a morte de Carlos Marighella, o filme dirigido por Wagner Moura em sua homenagem e memória, narra a história e a trajetória política desse guerrilheiro da resistência que lutou em defesa da democracia contra o regime militar no país.
As reações da extrema direita e dos conservadores radicais que corroboram com a tentativa de censura do filme em diversas cidades do Brasil, demonstra quanto o filme que resgata a memória daqueles que resistiram aos horrores da ditadura militar, é um ato ousado de coragem, sobretudo na atual conjuntura brasileira, onde nos últimos anos temos vivenciado uma escalada neofascista, um governo militarizado e declarações exaltando o período ditatorial por parte do próprio presidente da República.
O filme de Marighella, homem negro que enfrentou a ditadura militar e causou alvoroço nos pilares dos censores é um convite para uma crítica a respeito da situação política brasileira em que vemos um forte apelo ao golpe militar como solução para conjuntura. Precisamos nos reorganizar e pautar nossas lutas em prol da liberação do povo do estado opressor,pela classe trabalhadora e o respeito à democracia. A obra de Wagner Moura, incita à reflexão de que é preciso ter a coragem para enfrentar aqueles que detém o poder, mas sobretudo, para nós enquanto espectadores resta tomar a decisão de ser apenas um entre os milhões de brasileiros que resistem, assim como Marighella e toda sua articulação.
O filme segue em cartaz nos cinemas da cidade. Recomendamos este filme brasileiro bastante necessário diante dos ataques dirigidos à classe trabalhadora pelo governo. Viva o cinema livre, democrático e popular.
ADUFPI em tempos de luta!