A Diretoria Nacional do ANDES-SN reforçou a convocação de todas as seções sindicais para as ruas no 7 de setembro, pelo Grito do(a)s Excluído(a)s e pelo Fora Bolsonaro, a partir da análise de que era fundamental também tomarmos as ruas, cenário político de atuação que a classe trabalhadora nunca deve prescindir.
O 7 de setembro foi uma ação importante de resistência e luta frente ao governo genocida, no qual o ANDES-SN esteve presente firmemente na defesa de um projeto classista e democrático de sociedade, em contraposição ao projeto neofascista e liberal representado pelo governo Bolsonaro, os militares e seus/suas apoiadore(a)s.
Os atos antidemocráticos convocados há mais de dois meses por Bolsonaro se expressaram em algumas cidades do Brasil, com maior concentração nas cidades de Brasília e São Paulo, considerados pelas mídias como menores do que anunciado.
Os acontecimentos destes atos mostraram que os imensos recursos destinados a organizar caravanas de todo país para São Paulo e Brasília precisam ser investigados, ao tempo em que nos alerta para uma ação concreta deste governo de querer ignorar sua queda de aceitação nas pesquisas e barrar a investigação que envolve seus familiares.
Os atos a favor do governo Bolsonaro levaram para as ruas pautas antidemocráticas: defesa da ditadura, destituição de Ministros do STF, intervenção militar com Bolsonaro no poder. Mais importante que a quantidade, porém, é a qualidade organizativa e política que o governo pode vir a ter, e neste sentido os atos bolsonaristas sinalizam, contraditoriamente, tanto uma fraqueza quanto um avanço do poder protofascista. Fraqueza, pois é evidente que a classe trabalhadora do país — a imensa maioria da população — não está mais diretamente na esfera de influência do bolsonarismo, pois sente cotidianamente a carestia e a deterioração de suas condições de vida e de trabalho — quando o tem, pois o desemprego direto atinge mais de 15 milhões de brasileiros(a)s.
E fortaleza, pois demonstra que setores ainda expressivos do empresariado e dos donos de meios de produção do país ainda o apoiam; mais do que isso, demonstra também que “as instituições” — STF e Congresso Nacional, principalmente — não têm sido capazes de apresentar nenhuma solução concreta aos ataques à democracia e à própria organização da estrutura política da República.
Fica evidente, pois, que uma resposta real passa pela reorganização da classe trabalhadora, para poder apresentar ao conjunto da sociedade uma alternativa realmente viável de democracia e de economia.
Um cenário necessário que, contudo, não está próximo; pelo contrário, a própria indefinição na convocatória para o 7 de setembro em setores do campo de oposição ao governo sinaliza que é preciso avançar muito e a passos rápidos na reorganização de nossa classe, passando pela unidade de ação e pela mobilização constante, inclusive para barrar os ataques que seguem em curso.
Ainda assim, os mais de 200 Atos que ocorreram Brasil afora pelo Grito do(a)s Excluído(a)s foram amplos e com maior capilaridade do que o previsto, e demonstraram também a capacidade de mobilização dos setores combativos da classe trabalhadora. Isso sinaliza que temos capacidade de avançar e que não podemos aguardar os cenários eleitorais ou congressuais ou mesmo as movimentações do STF.
O Grito do(a)s Excluído(a)s e a Campanha Nacional Fora Bolsonaro levaram às ruas as reivindicações em defesa da democracia e da vida, da vacinação para todos e todas e dos serviços públicos.
Além dessas pautas as manifestações expressaram a denúncia contra a carestia, o aumento da fome e do desemprego, o ataque aos povos indígenas e ao meio ambiente.
Importante destacar também o acampamento indígena, protagonizado pelas mulheres, em seu chamado pela II Marcha de Mulheres Indígenas que, na luta contra o Marco Temporal, demonstra organização e determinação para pautar a resistência popular contra o governo. No plano imediato de nossa categoria — com desdobramentos diretos para toda população — é preciso dar sequência às mobilizações na luta contra a PEC 32, cuja tramitação continua na Comissão Especial na próxima semana (ver Circular nº 332/2021).
E no plano geral do país é o momento de seguir e aprofundar a mobilização para de fato conquistar a luta imediata pelo Fora Bolsonaro, Mourão, Guedes e todo seu governo!
Fora Bolsonaro e Mourão!
Não à PEC 32!
Brasília(DF), 9 de setembro de 2021
Diretoria Nacional do ANDES-Sindicato Nacional