Durante o Estado Novo, foi instituída, no Brasil, a data de 19 de abril para comemorar o Dia dos Povos Indígenas. Historicamente, esta data resultou de um fato ocorrido em 1940, entre os dias 14 e 24 de abril, quando foi realizado o I Congresso Indigenista Interamericano, ocorrido em Patzcuaro, no México.
No entanto, no Brasil, os efeitos da colonização em suas mais desastrosas consequências ainda perduram e seguem um fluxo constante de ojeriza e opressão aos povos tradicionais. A ADUFPI, enquanto sindicato que não se omite frente às questões de grande relevância social, convida toda a sua categoria para refletir sobre a importância deste momento, pois esta data marca a luta e a resistência dos povos originários em busca de seus direitos e de seus territórios.
O Piauí abriga um contingente populacional de cerca de 6 mil indígenas, que constituem os povos Guajarara, Gueguê, Gamela, Caboclos Gamela, Tabajara, Tabajara Tapuio, Kariri e Warao. Embora tenham sido desenvolvidas algumas ações do poder público, os indígenas piauiense continuam excluídos dos direitos indígenas. O Governo do Piauí titulou uma terra para os Kariri, em Queimada Nova, e para os Tabajara, em Piripiri; mas a Funai até o momento não demarcou nenhuma Terra Indígena neste Estado. Até então não foi criada a política de educação e saúde, que é um direito estabelecido na Constituição Federal.
Atualmente, os povos indígenas brasileiros vivem momentos ainda mais difíceis, decorrentes dos impactos da pandemia do Covid 19, das ameaças aos seus direitos pelo Governo Federal e avanços dos grandes projetos em suas terras.
Para denunciar os problemas enfrentados, a violação dos direitos indígenas e desmantelamento da Política Indigenista brasileira, cerca de 8 mil lideranças de 200 povos indígenas, de todas as regiões do Brasil estiveram em Brasília, no dia 04 a 14 de abril de 2022, no Acampamento Terra Livre, que teve como tema “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”. Este é o maior evento do movimento indígena brasileiro, que evidencia a resistência e o protagonismos dos nossos povos, que todos os dias do ano precisam enfrentar inúmeras adversidades, que colocam em rico a sua sobrevivência física e cultural.