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Horta agroecológica da ADUFPI inicia suas atividades nessa quinta-feira, dia 1 de julho de 2021

A entrega das primeiras hortaliças será de exclusividade para aposentadas e aposentados.

Ter uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos, sem veneno e outros aditivos prejudiciais à saúde, sem sombra de dúvidas, é uma das formas mais eficazes de melhorar nossa qualidade de vida. Também é uma linda maneira de fortalecer e promover vínculos culturais com a terra e o respeito às memórias da ancestralidade, que remontam a períodos anteriores à era da comida industrializada e super processada.

Nesse sentido, a Agroecologia, se apresenta como contribuição ímpar! Como ciência, prática e movimento, gera formas de entender o mundo, produzir e viver diferentes do consumo/cultura massificada. O objetivo maior da agricultura agroecológica é a geração de comida de verdade com o mínimo possível de impactos ambientais e retornos socio-econômico-cultural para as comunidades ou grupos produtores. Assim, atende às necessidades sociais das populações rurais e também dos consumidores.

Pensando em como incidir diretamente na qualidade de vida das nossas associadas e associados, a Diretoria da ADUFPI, inicia nesta quinta-feira, dia 1 de julho de 2021, a as atividades da horta agroecológica em nossa Sede Social, em Teresina. O espaço receberá o nome de Projeto Vida Flor, e teve sua idealização e construção em parceria com o Sítio Terra Mãe.  A inauguração acontecerá das 9h às 10h, onde realizaremos a entrega de 140 pés de alfaces para nossas associadas e associados aposentadas e aposentados. Cada docente terá inicialmente direito a duas unidades. E temos muito mais hortaliças plantadas! Tudo para partilhar com você! Venha conhecer o espaço! É nosso!

 

Temos como objetivo primeiro chamar a atenção para a importância de uma alimentação de qualidade, incentivar o consumo de alimentos livres de aditivos químicos e que dialogue com um planeta protegido e sustentável. “A Agroecologia envolve não apenas alimentação saudável, mas um modo de viver integrado a natureza da qual fazemos parte e que cabe a nós cultivar, incentivar e formar as novas gerações” Explica a Presidenta da ADUFPI Profa. Marli Clementino e acrescenta: “Quem sabe não ajudamos a melhorar nosso padrão alimentar  e principalmente, mudar a concepção do que é alimentar-se para as novas gerações? Estamos semeando uma proposta de produção, que leve em conta a necessidade de um planeta saudável, tanto do ponto de vista físico, social, cultural e afetivo. Estas são algumas das razões para termos uma horta Agroecológica na ADUFPI” Enfatiza a Presidenta.

 

Em entrevista concedida à assessoria de comunicação da ADUFPI, a Prof. Valéria Silva, que faz parte da equipe do Sítio Terra Mãe, localizado a 30km da capital, conta que é preciso amadurecer a ideia de produzir alimentos com menos intervenções químicas e venenos para o organismo, em suas palavras a professora analisa que:

“Precisamos ter cada vez mais propriedades e assentamentos que optem por essa escolha de fazer um alimento de verdade, e assim fortalecer nossa cultura alimentar. E quanto mais pessoas se envolverem, melhor. É preciso gerar uma alternativa de alimento saudável para a cidade, pois, Teresina não produz o que come, tudo o que comemos vem da CEASA, que por sua vez compra produtos da Paraíba, Pernambuco, Ceará, e outros estados. E essa é uma realidade horrível, pois nossa cidade possui a segunda maior área de meio rural das capitais do Brasil. Quando nos alimentos em supermercados consumimos alimentos do qual não sabemos a sua origem e nem sequer sabemos o que temos nos pacatos dos produtos, pois, as descrições parecem uma sopa de letrinhas, fora a quantidade de conservantes, emulsificantes que resultam em um produto industrializado e super processado”.

 

Além de todas as preocupações inerentes ao consumo de alimentos com agrotóxicos, a professora ainda chama atenção para questão do circuito curto do alimento:

 

“Se pararmos para pensar que para comer determinado produto esperamos que ele seja transportado de longas distâncias até nossa mesa, devemos levar em conta que aquele alimento já não está mais em condições boas de consumo, tendo em vista o tempo gasto em seu deslocamento. Se eu como uma maçã que veio do Rio Grande do Sul, por exemplo, é salutar observamos o tamanho do percurso feito para que esse alimento seja consumido. As safras geralmente acontecem em março e o consumo final feito apenas em outubro, dezembro. Dessa forma, estamos comendo maçãs que ficam em câmaras frias e que consomem muita energia, e que se gasta muito com combustível no percurso pelas estradas… O comercio de longa distância impacta demais o planeta e o alimento em si. Portanto, quando você come algo que é de sua região, de seu município, isso reforça sua cultura alimentar e dessa forma protegemos mais o planeta. É o contrário de comer um alimento que vai demorar um tempo muito grande até o chegar a sua mesa e que estará mais fresco”.

 

Para finalizar, a professora Valéria Silva ainda explicita o quão significativo é essa ação de promover a agroecologia no sindicato, pois, diferente de que se possa pensar, a agroecologia trabalha por meio de sistemas que conectam pessoas em metodologias participativas e integrativas:

 

“A agroecologia é uma ciência! É essa perspectiva de pensar uma forma de estar no mundo a partir da aproximação de produtos limpos e sem venenos. Mas não apenas isso, é uma ciência que se insere num paradigma emergente, que vê o mundo numa complexidade, que vê suas funções conectadas por sistemas de pessoas e relações. O produto por si só não deve ser sustentável somente para o planeta, mas sim para as vidas. A agroecologia trata todas as formas de conhecimento como validas. Trata todos os sujeitos de conhecimento com equidade, pois, não são apenas os pesquisadores que fazem a agroecologia acontecer, mas todos os envolvidos nesses processos. É um movimento social que postula bandeiras concernentes a essa visão de mundo na qual defendemos a democracia, a liberdade, a diversidade, o feminismo, principalmente, pois a maior parte dos sujeitos envolvidos com práticas agroecológicas são mulheres, e portanto, defendemos uma sociedade com igualdade de oportunidades e que respeitem também os povos originários. E quando se perguntarem “o que o sindicato tem a ver com horta”, a resposta é exatamente por conta de todos esses motivos citados”.

 

Gostaríamos de agradecer a toda equipe do Sitio Terra Mãe representada pela Prof. Valéria Silva, ao Prof. Dr. Francisco Edinaldo Pinto Mousinho, a Prof. Cristiane Lopes Carneiro D’Albuquerque, e a todas as pessoas que com esforço e determinação, funcionários e não funcionários da ADUFPI, foram capazes de realizar a construção da horta. Nosso muito obrigado.