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CARTA ÀS ASSOCIADAS E AOS ASSOCIADOS DA ADUFPI

A Assembleia Geral da ADUFPI contou com a presença de 206 associadas e associados, que, após intensos debates, deliberou pelos seguintes encaminhamentos:

Diante dos últimos acontecimentos envolvendo o decreto presidencial nomeando o novo Reitor da Universidade Federal do Piauí – UFPI, a atual Diretoria da ADUFPI foi interpelada por vários de suas associadas e associados sobre quais os caminhos que a categoria docente deveria seguir. Sabemos, pois, que a autonomia universitária só pode ser imaginada e praticada enquanto componente indissociável da democracia interna das IES, fundamento básico para pensarmos a carreira docente, gestão patrimonial, políticas internas de financiamento para ensino, pesquisa e extensão, projetos político-pedagógicos, política de pessoal e, sobretudo, autonomia na elaboração do processo de escolha de seus dirigentes.

As incertezas e o sentimento de preocupação que tomou conta de parcela significativa da comunidade acadêmica tem sua origem no próprio contexto político, econômico e social que vivenciamos, agravado pelo cenário pandêmico e das constantes investidas do atual desgoverno de Jair Bolsonaro em atacar as universidades, a categoria docente, a ciência e, consequentemente, suas instituições de fomento, numa evidente política de desmonte da Educação pública, mediante uma sintomática política econômica neoliberal de privatização e redução do Estado.

Os resultados dessa política, com fortes alicerces na redução dos serviços do Estado, busca, sobremodo, precarizar as atividades ligadas ao funcionalismo público, mediante reformas administrativas e contingenciamento dos investimentos em áreas prioritárias, como, no caso específico, na educação. As consequências dessas ações já são do nosso conhecimento, inclusive com impactos sensíveis na própria América Latina, a exemplo de países como Chile, Colômbia e Argentina que, hoje, passam por profundos problemas de ordem social e econômica devido aos acordos do passado com o capital internacional.

Quando postos em perspectiva, são estes os dilemas e desafios que preocupam, atualmente, a comunidade acadêmica da UFPI. Assim, cientes do protagonismo da ADUFPI e do respeito que a mesma adquiriu ao longo dos seus 40 anos de história, a diretoria da ADUFPI deliberou por realizar Assembleia Geral Virtual no dia 23 de novembro de 2020 para tratar exclusivamente do Decreto presidencial de nomeação do novo Reitor da Universidade Federal do Piauí.

Mesmo diante da pandemia, do respeito ao isolamento e do cuidado com a saúde da categoria docente, a Assembleia Geral da ADUFPI contou com a presença de 206 associadas e associados, que, após intensos debates, deliberou pelos seguintes encaminhamentos:

 

  1. Articular com as organizações e sindicatos das universidades, que também foram desrespeitadas, uma ampla frente de contra às ações autoritárias do governo Bolsonaro;

 

  1. Produção de nota pública repudiando a nomeação do novo Reitor da UFPI assim como um outdoor em consonância com a nota produzida;

 

  1. Reafirmar a posição do ANDES-SN e deste sindicato que a luta que se institui é pelo fim da lista tríplice, para que as decisões sobre a escolha do(a)s Reitore(a)s sejam concluídas no âmbito de cada IFES;

 

  1. Encaminhar Carta Aberta ao presidente da República repudiando o decreto de nomeação do reitor da UFPI e exigindo que o mais votado, dentro das regras estabelecidas para pleito, seja empossado como dirigente máximo da instituição;

 

  1. Articular com os estudantes e técnicos administrativos comitê de mobilização pela autonomia universitária, envolvendo os Campi fora de sede, e a sociedade civil;

 

  1. Realizar Assembleia Geral para deliberar sobre PARALISAÇÃO ou não das atividades acadêmicas em defesa da autonomia e da democracia nas IFES.

 

A Direção.