ADUFPI repudia proposta administrativa do governo Bolsonaro
Nós da ADUFPI não pouparemos esforços para combater as medidas de precarização propostas por Bolsonaro.
A Associação de Docentes da Universidade Federal do Piauí -ADUFPI, vem à público manifestar seu repúdio aos ataques perpetrados pelo governo de Jair Bolsonaro aos direitos dos servidores públicos. Tem sido recorrente a necessidade de nos fazermos contrários às medidas que o governo vem tomando, e que ferem diretamente o funcionalismo público. A proposta de reforma administrativa enviada nesta quinta-feira, dia 3 de setembro, sem qualquer tipo de diálogo com as diversas categorias de servidores, é mais um dos exemplos de descaso com qual a presidência vem norteando suas ações, deixando claro toda tirania e arbitrariedade impostas por seus dirigentes, que visa, inclusive sabotar a estabilidade que os concursos públicos conferem ao servidor público.
É de suma importância, agora, que nossas ações sejam planejadas de maneira organizada e assertiva, visto que não podemos nos furtar do dever de combater tais tentativas de retrocesso pautadas por Bolsonaro e seus comparsas. O Brasil é um dos países com menos servidores públicos, proporcionalmente, se comparado a países desenvolvidos. Além disso, representamos menos de 2% da população brasileira; no entanto, cá estamos com nossos salários congelados para combater o autoritarismo e o sucateamento de toda sociedade.
Devemos buscar unificar nossas lutas, pois, dado o contexto de pandemia no qual nos encontramos, a valorização de funcionários públicos deve ser pauta central na agenda das categorias, dos sindicatos, associações e demais entidades de luta contra as ações do governo. É crucial também, fazermos pressão sobre nossos representantes na Câmara e no Senado para que não aprovem essa medida.
Para o Brasil, uma reforma com o intento de buscar equilíbrio fiscal do Estado é completamente inoportuna, uma vez que a necessidade de ampliação da rede de proteção social se mostra cada vez mais fundamental. O texto da proposta não vale para magistrados, promotores e parlamentares, que são membros dos poderes e seguem normas diferentes. Militares também estão de fora, por formarem uma carreira distinta. Portanto, é evidente a tentativa de manutenção de privilégios para uma pequena parcela da população que muito tem ganhado à custa do trabalho duro de outras.
Nós da ADUFPI não pouparemos esforços para combater as medidas de precarização propostas por Bolsonaro, e convoca a todos e todas para somar forças contra o inimigo comum da sociedade, contra o desmonte dos serviços públicos durante a pandemia e contra as tentativas ditatoriais de extinguir órgãos por decreto sem ter que passar pelo Congresso. Por todo o exposto, convocamos todos os servidores e a população em geral para entrarem nessa luta. A ADUFPI continuará vigilante em defesa do serviço público de qualidade e lamenta que a estabilidade dos servidores seja constantemente ameaçada por um governo marcado por descaso e falta de planejamento.
Teresina,5 de setembro de 2020
Diretoria da Associação de Docentes da Universidade Federal do Piauí – ADUFPI