No dia 01 de agosto de 2022, na praça Rio Branco, em Teresina, foi realizado o lançamento do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A data marca o início das atividades censitárias em todo o Brasil. Realizado a cada 10 anos, o censo estava previsto para ser realizado em 2020, mas foi adiado devido a pandemia de Covid-19. Em 2021, permaneceu o suspenso por falta de dotação orçamentária. Somente após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal liberou 2,3 bilhões pra a atividade censitária.
A estimativa é que cerca de 183 recenseadores visitem mais de 75 milhões de casas e domicílios em todo o Brasil e no Piauí, serão por volta de 2.600 recenseadores para cerca de 900 mil domicílios.
O Censo 2022 apresenta inovações. Incluiu a possibilidade das pessoas responderem o questionário por meio de ligação telefônica e internet. Esta medida tem a finalidade de assegurar a coleta do maior número possível de informações, inclusive os casos de moradores ausentes do domicilio. Favorece, ainda, à proteção das pessoas que se sentirem inseguras ou não desejarem receber o agente do IBGE em sua casa.
Outra novidade é o acréscimos do levantamento sobre a população autista e quilombola, que estarão sendo incluídos pela primeira vez. O questionário de abordagem em agrupamento indígena é outra inovação. Ele será aplicado em reunião com as lideranças de cada povo, preferencialmente, antes da coleta domiciliar. Ele possibilitará a coleta de informações tais como infraestrutura, recursos naturais, educação e saúde das aldeias.
Considerando as pesquisas que realiza com povos indígenas, a professora Carmen Lima, Diretora Sindical da ADUFPI
, foi convidada pelo IBGE para falar sobre a importância do censo para estas coletividades. Ela afirma que “o censo é uma política de Estado, que gera dados que podem ser utilizados na criação e manutenção de políticas públicas. Os povos indígenas têm o direito de serem recenseados devidamente, assim como todos os demais brasileiros/as. Contar os indígenas, assim como contar os quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais, é importante para subsidiar políticas, indicar demandas e possibilitar uma análise crítica da situação em que eles se encontram no momento.
Especificamente sobre o Censo 2022, Carmen Lima destaca que “ele traz mudanças bastante válidas para os povos indígenas. Um exemplo é a possibilidade de se declarar indígenas sem obrigatoriamente ter que informar o nome da etnia ou uma língua indígena. É oportuno também a possibilidade de identificar mais de uma língua e etnia. As mudanças no questionários e a forma de coleta dos dados está relacionada ao diálogo empreendido pelo IBGE com as organizações indígenas. Essa foi uma iniciativa muito importante”.
Aproveitando a ocasião, a diretora sindical da ADUFPI estabeleceu diálogo com o Francisco Sotero, Coordenador Estadual do ASSIBGE – Sindicato Nacional / Núcleo Piauí, visando o estreitamento das relações entre os dois sindicatos e parcerias na luta em defesa dos direitos dos servidores públicos federais.
Em relação ao Censo, Sotero afirmou que algumas adversidades foram superadas e, no momento, avalia que o IBGE tem condição de realizar um bom censo. Mas adverte que o ASSIBGE estará atento para acompanhar todo o processo.