Em Uruçuí, região sudeste, no dia 23 de julho 2023, foi a realizada a III Assembleia dos Povos Indígenas do Piauí, com o tema “Nossa luta é por terra, saúde e educação”. Participaram representantes dos seguintes povos: Gueguê de Uruçuí; Kariri de Queimada Nova e Paulistana; Gamella e Akroá Gamella de Bom Jesus, Baixa Grande do Ribeiro, Currais, Santa Filomena e Uruçuí; Tabajara Tapuio de Lagoa de São Francisco; Tabajara Itamarati, Tabajara da Oiticica e Tabajara Ypi de Piripiri e os Warao de Teresina. Do maranhão vieram representantes do Akroá Gamella.
A assembleia foi organizada pela APOINME – Micro Regional do Piauí, coordenada pelo Cacique Henrique Tabajara. Representando a Coordenação Executiva da APOINME, participaram Cassimiro Tapeba e o Assessor jurídico Jorge Tabajara, que vieram do Ceará. O objetivo da assembleia foi refletir sobre a situação dos indígenas, elencar as principais demandas dos povos em relação a terra, saúde e educação e eleger a coordenação da micro regional do Piauí.
A sessão contou ainda com a participação de pesquisadores e representantes de órgãos como Funai, Defensoria Pública do Estado do Piauí, Seduc, IFPI, Prefeitura de Uruçúí e Funai. A ADUFPI se fez presente através da part
icipação da Professora Drª. Carmen Lúcia Silva Lima, Diretora Sindical, e dos associados Raimundo Nonato e Agostinho Coe, que foram acompanhados de representantes dos indígenas Warao, alunos da História da Ufpi, Lorena Varão (Universidade Federal do Tocantins) e Naudiney Gonçalves (Universidade Lusófona de Lisboa).
Respondendo a solicitação da Apoinme – Micro Regional Piauí, a Prof. Carmen Lima e o Prof. Raimundo Nonato foram expositores do tema Educação Indígena, que teve a finalidade de evidenciar os princípios que estruturam a construção de política educacional diferenciada, direito assegurado na Constituição Federal.
As atividades presenciais do movimento indígena haviam sido suspensas devido a pandemia, contudo, a assembleia mostrou que o isolamento não conseguiu desmobilizar os povos. De acordo com Carmen Lima:
“A realização da III Assembleia dos Povos Indígenas do Piauí evidenciou o fortalecimento do movimento indígena, que vem mostrando sua capacidade organizativa e muita resistência diante das adversidades da pandemia, dos ataques dos adversários e das violações dos direitos indígenas promovidas pelo governo federal. Uma nova história está sendo escrita por meio do protagonismos dos povos, que equivocadamente foram considerando extintos no Piauí. Nossa participação na assembleia evidencia um sindicalismo atuante na sociedade, que vai além dos muros da academia. Nossa disposição é avançar na parceria com os povos indígenas, pois eles são nossos mestres no cuidado com a natureza e na arte do bem viver”.