A crise pandêmica motivada pelo COVID-19 tem provocado diversas mudanças nas rotinas das instituições. O exemplo disso é que tanto escolas públicas do fundamental e médio quanto universidades têm mantido seus calendários escolares e acadêmicos suspensos. Algumas escolas têm mantido funcionamento restrito. A maior periodicidade e constância nas atividades escolares têm sido mantidas nas escolas da rede privada de ensino, via acesso remoto.

Diferente do alunado das grandes redes privadas de ensino, que têm disponíveis à mão equipamentos tecnológicos e internet de qualidade, o ensino remoto para os discentes da rede pública de ensino não é uma opção. Espoliados de seu direito a ter acesso a ensino gratuito e de qualidade, os alunos da rede pública padecem em condições extremamente inferiores e desvantajosas na corrida pelo acesso à universidade pública, gratuita e de qualidade. 

Apesar da contingência pandêmica ter provocado a parada do ensino e das atividades escolares, o Ministério da Educação, gerido pelo senhor Abraham Weintraub, mantém o calendário de funcionamento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e, apesar de 42% dos candidatos ao ENEM não terem computador em casa, traz a novidade do ENEM Digital.

A manutenção do calendário ENEM 2020 é a promoção escancarada da injustiça social. Ao contrário do que disse o Ministro, compreendemos que a educação escolar é um direito público, subjetivo e inalienável, capaz de ajudar a reparar as mazelas sociais.

ADUFPI, ADCESP e SINDIFPI entendem que postergar o ENEM, dada a atual conjuntura sanitária, é não somente uma obrigação do Ministério da Educação em garantir acesso à educação para todas e todos, mas também questão de promover justiça social a milhares de estudantes da rede pública de ensino.

ADUFPI, ADCESP e SINDIFPI, tendo por bandeira de luta a promoção da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, vêm manifestar a voz política sindical pelo Adia ENEM !!!