1 de Maio : Dia do Trabalhador
A ADUFPI rende homenagens as trabalhadoras e trabalhadores de nosso país! Nesse Primeiro de Maio: juntos nós somos mais fortes, e juntos superaremos os desafios.
O Primeiro de Maio de 2020 será um dia do Trabalhador atípico e simbólico. Atípico porque não iremos às ruas; palavras de protesto e de ordem não ecoarão em nossas avenidas e praças públicas. Apesar dos constantes ataques sofridos, e apesar das perdas desumanas de direitos trabalhistas, que conseguimos ao longo da história através de muitas lutas e embates, nesse Primeiro de Maio nós não iremos cumprir a tradição de portar nossas faixas de protesto. É simbólico porque representa os descasos que trabalhadoras e trabalhadores vêm sofrendo por parte do gestor máximo do país: descaso com a saúde pública; descaso para com subsídios que possam ajudar no combate à crise pandêmica por que passamos; descaso, sobretudo, para as condições legais/normativas trabalhistas; descaso para com a proteção sanitária dos milhares de trabalhadoras e trabalhadores. Será um Primeiro de Maio para lembrarmos o quão atroz e desumano pode ser um governo a serviço do mercado especulativo e voltado para o liberalismo econômico inconsequente, preocupado apenas com margem de lucro.
As atuais condições mundiais sanitárias têm requerido de todos nós uma postura de resiliência, resistência e luta: resiliência para que possamos superar e suportar as muitas perdas que a pandemia tem gerado – amigos, familiares, companheiros e companheiras de jornada de trabalho que contraíram o vírus, muitas vezes no exercício de seu trabalho; resistência para que possamos enfrentar as injustiças econômicas, trabalhistas e estruturais que recaem sobre nossa classe; luta, para que possamos combater a proliferação do subemprego e a precarização do trabalhador e do trabalho.
Os mártires do Chicago de Maio de 1886 são relembrados pelo Primeiro de Maio. Presos, torturados e assassinados porque lutavam por condições trabalhistas que lhes pudessem garantir a manutenção digna de vida. Daqueles mártires, lembremos! Mas nós nos lembramos também dos muitos mártires, trabalhadoras e trabalhadores da saúde, que perdem suas vidas em favor de socorrer os milhares de contaminados por COVID-19. Rendemos nossas homenagens a essas trabalhadoras e trabalhadores. Rendamos também homenagem pelos muitos desses profissionais que estão nesse exato momento batalhando, afastados do convívio de seus familiares, pela manutenção da vida humana.
Dedicamos ainda nossas homenagens aos muitos docentes que, sob condições precárias de desamparo jurídico e legal, muitas vezes ultrajados pela pressão mercadológica, mesmo em afastamento físico das escolas, continuam a elaborar e ministrar suas aulas. A esses docentes rendemos também nosso apoio, pois, são obrigados a exercer, para além da função de docente, a função de cinegrafista, editor de vídeos e promotor de um processo de auto capacitação em TIC’s. Nesse esforço mercadológico de forçar precariamente a educação por meio remoto de ensino, são muitos os docentes que têm sofrido os reflexos da desigualdade digital e, no caso das professoras, sofrido a ampliação da desigualdade laboral de gênero, uma vez que tenha que ser submetida quase sempre a uma jornada tripla de trabalho.
Ao passo que lembramos que o trabalho estabelece as condições essenciais de nossas existências, proporcionando assim os meios materiais para construção e transformação da sociedade, reiteramos também que o trabalho possui uma dimensão política da qual não podemos esquecer. E é especificamente nessa dimensão política do trabalho que vemos serem pautadas e elaboradas ações provocadoras das transformações de melhoria da realidade normativa do trabalho. É especificamente aqui que é estabelecida a necessidade de uma estrutura sindical; é especificamente nessa dimensão política que a classe ganha corpo político e força de ação; e assim que a classe se torna sindicato e o sindicato se torna a classe. Somos um e todos ao mesmo tempo.
E é nesse espírito de interdependência e articulação política e solidariedade que a ADUFPI rende homenagens as trabalhadoras e trabalhadores de nosso país! Nesse Primeiro de Maio: juntos nós somos mais fortes, e juntos superaremos os desafios.