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Diretoria da ADUFPI se faz presente na reunião do setor das IFES. Confira os encaminhamentos da luta contra a Reforma Administrativa

A Diretoria da ADUFPI esteve presente na última reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), realizada nos dias 29 e 30 de agosto, em Brasília, com o objetivo de discutir a conjuntura atual que afeta os servidores da educação pública federal. A reunião teve como pontos centrais a implementação da Instrução Normativa SRT/MGI nº 71/2025, que trata do pagamento de auxílio-transporte aos servidores, e a organização de um calendário de mobilizações contra a Reforma Administrativa.

Representando a ADUFPI, participaram da reunião a Vice-presidenta, Professora Bárbara Johas, e o Diretor de Relações Sindicais, Professor Arnaud Azevedo. Ambos reforçaram a necessidade de uma mobilização unificada das IFES para enfrentar as ameaças aos direitos dos servidores e à qualidade da educação pública.

A Instrução Normativa nº 71/2025, que orienta o pagamento de auxílio-transporte aos servidores da Administração Pública Federal direta, foi um dos temas debatidos, especialmente quanto à sua implementação. A Diretoria da ADUFPI destacou a importância de garantir que as orientações sejam cumpridas corretamente, evitando prejuízos aos trabalhadores que dependem desse benefício para o desempenho de suas funções.

O eixo central do encontro foi o debate sobre a Reforma Administrativa e a construção de um plano de mobilização da categoria, com o objetivo de articular uma grande jornada de lutas em defesa do serviço público e da garantia de direitos da classe trabalhadora. Foi ressaltada a necessidade de demonstrar os impactos negativos da proposta para o conjunto da sociedade brasileira e de rebater os falsos argumentos que a sustentam. Um exemplo é o chamado combate aos “supersalários”, quando, segundo dados do ANDES-SN, 36,3% dos servidores ganham entre 2 e 6 salários mínimos e menos de 0,3% recebem acima de R$ 42 mil. Outro ponto é a alegada necessidade de avaliação de desempenho, que não se aplica aos docentes, já avaliados a cada dois anos pela própria estrutura de carreira. Também foi desmentida a falácia de que os servidores públicos desfrutam de 60 dias de férias, pois apenas 0,3% de toda a categoria já usufruiu desse benefício, sendo, portanto, uma exceção apresentada como regra.

No mesmo sentido, a reunião destacou a importância de intensificar a mobilização, ampliando o diálogo com o funcionalismo público e a sociedade em geral. A Reforma Administrativa não atinge apenas os servidores, mas impacta diretamente a proteção e a garantia dos direitos sociais. Nesse contexto, foi articulada também a defesa do plebiscito popular sobre a jornada de trabalho, reconhecendo-o como uma luta associada e complementar ao enfrentamento da Reforma Administrativa.

Outro ponto debatido foi o desfinanciamento das universidades, entendido como parte de uma estratégia mais ampla de enfraquecimento do funcionalismo público, alinhada à lógica da Reforma Administrativa. Essa política busca promover a inanição financeira das universidades, gerando dependência político-financeira de parlamentares e abrindo espaço para a flexibilização e privatização do serviço público. Esse processo ameaça diretamente as políticas públicas nacionais que garantem direitos sociais básicos