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Permanência em condições dignas na UFPI é uma luta coletiva: Segurança, Transporte e Infraestrutura como Direito!

Na manhã desta sexta-feira, 6 de junho de 2025, a diretoria da ADUFPI participou de audiência convocada pela Administração Superior da UFPI, com presença de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do SINTUFPI, de órgãos públicos e instituições que atuam na área de segurança e mobilidade urbana. A pauta foi centrada nas medidas necessárias para garantir segurança nos campi da UFPI — tema urgente, cuja gravidade tem se imposto sobre o cotidiano da comunidade acadêmica há muito tempo.

A atividade realizada no Salão Nobre da Reitoria não é isolada, tampouco fruto da espontaneidade institucional. É resultado direto de um processo de mobilização construído pela diretoria da ADUFPI desde a base, a partir da escuta ativa dos que vivem a universidade em sua plenitude — estudantes, docentes e técnico-administrativos — e que vêm denunciando, em diferentes espaços, as situações de abandono, vulnerabilidade e desassistência que marcam a realidade do campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina, e de outros campi da UFPI.

 

Nesse sentido, a Diretoria da ADUFPI tem se empenhado em estabelecer um diálogo aberto e permanente com a categoria docente, com o objetivo de compreender os principais desafios e dilemas enfrentados no cotidiano universitário, tanto no que diz respeito às condições de trabalho dos docentes quanto ao acesso e permanência dos estudantes na universidade. Entre os temas mais recorrentes e sensíveis levantados nas escutas estão as dificuldades relacionadas ao transporte público e à segurança nos campi

Ciente da complexidade desses problemas e da necessidade de articulação entre diferentes esferas institucionais para enfrentá-los, a diretoria da ADUFPI organizou um conjunto de ações estruturadas em duas frentes principais. A primeira consistiu na realização de assembleias e espaços de escuta com os docentes, que permitiram mapear os principais elementos relacionados aos temas de transporte e segurança. A segunda frente envolveu o diálogo com as representações estudantis, com o objetivo de construir uma compreensão mais ampla das demandas e das especificidades dos diversos segmentos que compõem a comunidade acadêmica, buscando pontos de convergência entre as pautas docentes e discentes.

 

Essa linha de ação teve início ainda no dia 1º de abril de 2025, quando a diretoria da ADUFPI reuniu-se com representantes dos Centros Acadêmicos e do DCE no auditório do sindicato, em um encontro que marcou a construção de uma pauta coletiva, forjada a partir da experiência cotidiana de violências, precariedades e ausências estruturais. Naquela ocasião, a juventude estudantil, em diálogo com a diretoria da ADUFPI, apontou os principais eixos de reivindicação para garantir não apenas o acesso, mas sobretudo a permanência digna na universidade: segurança nos arredores e dentro do campus, transporte público acessível e eficiente, e infraestrutura minimamente adequada para o ensino, a pesquisa e a extensão.

Com base nesse acúmulo de escuta e formulação, a diretoria da ADUFPI encaminhou requerimento ao Legislativo Municipal, solicitando a realização de audiência pública para tratar do tema. Como resultado dessa articulação, no dia 5 de maio de 2025, foi realizada uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Teresina, proposta pela ADUFPI e conduzida pelo vereador José Venâncio Cardoso Neto. 

 

O objetivo da referida audiência foi a criar um espaço institucional de escuta e proposição, no qual representantes da comunidade acadêmica, do poder público e da sociedade civil puderam debater de forma qualificada as questões relacionadas ao transporte e à segurança no entorno da Universidade Federal do Piauí. Na audiência, foram ouvidos relatos contundentes de estudantes que enfrentam situações recorrentes de assédio, ameaças e assaltos. Docentes relataram episódios de insegurança e dificuldade de lecionar com qualidade por conta da falta de acesso, destinada aos discentes, de transporte público em horários nos horários noturnos fazendo com que as aulas sejam encerradas antes do horário para que os discentes possam voltar para a casa com segurança. Técnicos e trabalhadoras terceirizadas denunciaram a ausência de iluminação, a precariedade dos pontos de ônibus e a falta de policiamento efetivo nos arredores da instituição.

 

Segurança, transporte e infraestrutura não são temas paralelos ao projeto de universidade pública: são parte indissociável de sua função social. Defender uma UFPI segura, acessível e funcional é defender o direito de existir plenamente na universidade, sem medo, sem obstáculos intransponíveis, sem abandono.

 

A diretoria da ADUFPI seguirá em diálogo com os movimentos estudantis, técnico-administrativos e demais setores da comunidade universitária para acompanhar os desdobramentos das medidas anunciadas e cobrar sua efetivação. Seguiremos pressionando os órgãos públicos responsáveis por garantir transporte de qualidade e segurança urbana, bem como a gestão universitária na implementação e efetivação dos acordos firmados. E continuaremos organizando, mobilizando e atuando onde for necessário para que a permanência na UFPI seja, de fato, um direito garantido — e não um privilégio restrito.

 

Porque a luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade só se sustenta quando ela é, antes de tudo, habitável